Mais notícias sobre a Vitamina D

Feliz 2010 a todos!

Em novembro de 2009, cientistas do Intermountain Medical Center da cidade de  Salt Lake City (EUA) apresentaram um trabalho muito interessante na American Heart Association’s Scientific Conference. Durante mais de um ano eles estudaram 27.686 pacientes acima de 50 anos e sem história de doença cardiovascular. Esses pacientes tiveram seu nível sanguíneo de vitamina D dosados, e a partir desses resultados foram divididos em 3 grupos: nível normal (acima de 30 ng/ml), nível baixo (entre 15 e 30 ng/ml) e nível muito baixo (abaixo de 15 ng/ml).

Os resultados foram impressionantes. Nos pacientes com níveis muito baixo de vitamina D (em comparação com os que tinham níveis normais), a possibilidade de morrer aumentou em  77%, além de ter  45% mais possibilidade de desenvolver doenças coronarianas (angina/infarto), 78% de ter um acidente vascular cerebral (derrame) e duas vezes mais de desenvolver insuficiência cardíaca (http://www.sciencedaily.com/releases/2009/11/091116085038.htm). Essa pesquisa mostra como a deficiência de vitamina D é extremamente importante, e provavelmente é a maior “epidemia” do início do século XXI.

Outras pesquisas interessantes têm sido feitas sobre esse assunto. Cientistas ingleses analisaram vários estudos científicos e concluíram que níveis altos de vitamina D em pessoas de meia idade ou idosas estavam associados a uma diminuição substancial em doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. (Parker J, Hashmi O, Dutton D, Mavrodaris A, Stranges S, Kandala NB, Clarke A,  Franco OH. Levels of vitamin D and cardiometabolic disorders: Systematic review and meta-analysis. Maturitas. 2009 Dec 21).

No editorial da prestigiosa revista Dermatoendocrinology, o cientista Michael F Holick, da Universidade de Boston (EUA), uma das maiores autoridades mundiais sobre a vitamina D, critica uma observação do International Agency for Research on Câncer questionando se níveis altos de vitamina D não seriam prejudiciais a saúde. A conclusão do artigo é “Agora existem evidências suficientes para se recomendar  um aumento na ingestão ou produção de vitamina D como um meio eficaz de reduzir o risco de câncer e outras doenças crônicas ou infecciosas, enquanto que faltam 100% de evidências  apontando em outra direção”. Ou seja, uma revista de dermatologia endócrina afirma que tomar sol faz bem à saúde. No mesmo artigo, o autor afirma que embora o ultra-violeta seja ligado a alguns tipos de câncer de pele (mais benignos), o melanoma (tipo de câncer de pele mais mortal) aparece mais usualmente em áreas cobertas do corpo, enquanto a exposição ao sol diminui a chance desse tipo letal de câncer. A dica de como aumentar a vitamina D também está no artigo:  Quando um adulto toma banho de sol em trajes de banho até a pele começar a ficar vermelha, isso equivale a ingestão entre 10.000 a 20.000 UI de vitamin D, doses impossíveis de conseguir através da dieta ou de suplementação. O artigo completo está disponível no http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2715200/?tool=pubmed#R22

Somado aos vários trabalhos já citados neste blog no ano passado, temos evidências suficientes para acabar com o mito de que temos que nos proteger do sol a todo custo. O correto é tomar banho de sol até a pele começar  a ficar vermelha, daí é melhor sair do sol (mais recomendável) ou proteger com algum tipo de filtro solar. Nós não somos feitos para ficar trancados entre quatro paredes sem contato com o sol.